Escola cearense: espaço de aprendizagem e de novos caminhos para projetos de vida
Depois da família, a escola é definida como a segunda comunidade da criança. Durante toda a educação básica, é nesse espaço que os estudantes passam a maior parte de suas vidas, na convivência com professores, funcionários e gestores. Nesta quarta-feira, 15 de março, é comemorado o Dia da Escola. A Secretaria da Educação (Seduc) faz uma homenagem a todos os integrantes da rede pública estadual de ensino, dedicados diariamente a garantir uma aprendizagem com foco no sucesso dos alunos cearenses. Ao todo, são 712 escolas com o atendimento de 448 mil estudantes. A rede é responsável pela oferta do Ensino Médio, enquanto compete aos municípios a Educação Infantil e o Ensino Fundamental, este último, compartilhado com o Estado, onde o município solicitar colaboração.
O Ensino Médio apresenta desafios compartilhados por instituições de todo o país. Para garantir a permanência dos jovens na escola e ampliar as possibilidades de aprendizagem dos alunos, a partir de 2017, o Ceará passou a contar com 187 Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, cuja matrícula reúne 63,5 mil jovens. Desse total, são 116 Escolas Estaduais de Educação Profissional, em que os alunos fazem ao mesmo tempo o Ensino Médio e um curso técnico, e 71 de Ensino Médio Regular. Com a ampliação, de cada quatro unidades de ensino uma funciona em tempo integral.
A Escola Matias Beck, no bairro Vicente Pinzón, está entre as 26 instituições que implantaram o tempo integral no ano passado. Para a diretora Virgínia Vilagran, o programa possibilita mais oportunidades para o estudante por meio da ampliação da carga horária para nove horas diárias, distribuídas em disciplinas da base comum e a diversidade das disciplinas eletivas, das quais o aluno pode escolher as mais interessantes. “Estando o dia todo na escola, o aluno também otimiza o tempo para o estudo e para a aprendizagem cooperativa, favorecendo o protagonismo e a preparação para entrar na universidade”, aponta.
O professor de Língua Portuguesa da escola, Fernando Freitas, considera a jornada prolongada importante para o sucesso da aprendizagem. “Além de proporcionar um espaço de socialização e maior proximidade entre os educandos, o tempo integral possibilita o aprofundamento dos conteúdos curriculares e o desenvolvimento de suas múltiplas aptidões”, observa.
A oferta do ensino integral começa a partir da 1ª série do Ensino Médio e a expansão ocorre gradualmente para as próximas séries. Cada escola oferta uma jornada de nove horas, garantindo três refeições diárias. O currículo é composto por 30 horas semanais de disciplinas da base comum a todos e 15 horas na parte flexível, sendo que 10 são escolhidas pelos alunos.
A Escola Waldemar Falcão, no bairro Álvaro Weyne, faz parte do grupo de 45 escolas que começou a trabalhar em tempo integral neste ano. A gestora Claudia Loiola diz que a iniciativa é a educação em plena atividade. “São os laços entre a escola e a família se consolidando para garantir o acolhimento ao jovem na sua totalidade”, explica.
O aluno Francisco Kelton Lima Silva está na 1ª série do Ensino Médio e acredita que na escola a juventude terá atividades mais interessantes do que teria se ficasse na rua. “Teremos mais tempo para pensar e refletir por que estamos aqui. Isso também vai melhorar a nossa vida.”
Ingresso no Ensino Superior
Nos últimos anos, gestores, professores e funcionários das 712 escolas da rede estadual têm comemorado o ingresso dos seus alunos na universidade. O índice de aprovação dos estudantes das escolas públicas estaduais no ensino superior cresceu 27%, entre os anos de 2015 e 2016. Um total de 12.737 estudantes garantiu o ingresso em instituições públicas e privadas no ano passado. No ano anterior, esse número chegou a 10.035.
Ao longo de cada série do Ensino Médio (1ª a 3ª), são desenvolvidas ações pedagógicas para o fortalecimento da preparação de educadores e alunos. A melhoria acontece no dia a dia, na sala de aula, em todas as disciplinas do currículo.
O trabalho envolve, ainda, as ações de mobilização e preparação para os alunos da 3ª série do Ensino Médio, por meio do Programa Enem Chego Junto, Chego Bem. Em relação a 2015, houve aumento no número inscritos no Exame no ano passado. Foram mais de 96 mil estudantes, o que equivale a 98,8% do total. Em 2015, esse número era de 97%. A Seduc promove ainda eventos motivacionais e ações pedagógicas de estudo. Em 2016, novos projetos foram iniciados, preenchendo todo o calendário letivo: Enem Não Tira Férias, AoGosto do Aluno, #FDScurtindoEnem, Redação Enem: Chego Junto, Chego a 1000.
Para os dias de provas, chamados de “Dia E”, foram garantidos transporte e apoio aos 193 mil estudantes de todo o Estado que participaram do Enem.
O aluno Jardel Carneiro, 18 anos, aprovado em Medicina na Universidade Federal do Ceará (UFC), participou no último dia 2 de março, de um encontro de estudantes que ingressam no ensino superior em 2017 com o governador Camilo Santana. Ele falou sobre essa conquista. “Eu sinto que estou quebrando o protocolo e mostrando que um aluno de escola pública pode sim passar em um curso tão almejado. Quem sabe o que planta não teme a colheita. Se você plantar esforço, com certeza vai colher bons resultados. O seu sonho é capaz se você colocar esforço nisso”, discursou Jardel.
A estudante Sandy Costa Gonçalves, 17 anos, aprovada em Medicina, na UFC, também esteve no evento. Disse que além de mostrar a força e a competência dos alunos da rede pública, esse momento é de agradecer à dedicação dos professores. “É uma sensação muito boa depois de um ano tão intenso de estudo. Sinto alívio e felicidade. Agradeço aos profissionais dedicados da minha escola, que nos deram suporte para que a gente conseguisse atingir os objetivos”, comemora.
FONTE: Seduc - Ce